Eu digo sim


No dia dois de outubro meu esposo Alex e eu comemoramos três anos de uma abençoada união. Com muita alegria e gratidão em nossos corações louvamos a Deus por ter nos presenteado com a maravilhosa dádiva do amor e nos permitir viver essa fascinante experiência que é o casamento.

Em nossos dias o casamento e a família tem perdido o seus verdadeiros valores, qualquer motivo banal se torna justificativa para separações e divórcios. Sem contar a preferência de muitas pessoas em não assumirem tal relacionamento envolvidas pelo medo de um compromisso com tamanha seriedade.

Porém, sabemos que o casamento é benção do Senhor, a família não é uma instituição falida como alguns dizem, mas sim um porto seguro onde podemos repousar os nossos corações e nos fortalecer como seres humanos criados por Deus.

E justamente por acreditar que o casamento é uma benção agradeço todos os dias a Deus por tudo o que temos aprendido ao longo destes três maravilhosos anos os quais já sorrimos, já choramos, já enfrentamos dificuldades e comemoramos vitórias. Anos os quais nos amadureceram e nos tornaram ainda mais fortes e encorajados a prosseguir juntos, vivendo o amor que nos ensina, que nos levanta, o amor que tudo pode e tudo suporta.

Quero compartilhar com vocês um texto que descreve muito bem como vejo a nossa união e o que temos vivido durante estes três anos:

Eu digo sim

Quando eu me casei, descobri que tudo o que me disseram sobre uniões estava errado.

Primeiro engano: casamento não é consequência de um amor romântico. Embora tenha lá sua contribuição no começo da história, o sentimento explosivo dos livros e das novelas vira é paixonite, caso, namoro. Mas o que leva mesmo alguém a dividir a vida com outro alguém tem mais a ver com outro tipo de amor – o amor profundo e inesgotável da amizade.

Sabe quando a gente era criança e não conseguia se desgrudar da melhor amiga? Aquela pessoa para quem se podia contar qualquer coisa e fazer todos os planos mais improváveis? A companhia não enjoava, assunto não faltava, não havia vergonhas. Tudo era tão simples... Então, esse é o meu marido. Não é o meu príncipe. É o meu melhor amigo no mundo. E foi porque tudo é possível e melhor quando estamos juntos, que eu lhe disse sim.

Casamento, eu também descobri, não tem a ver com encontrar o par perfeito, que se encaixa sem arestas. Na minha história, é sobre respeitar alguém diferente, o que exige negociações diárias e infinitas. Desde chegarmos ao consenso de onde vai ficar a estante nova, até decidirmos quando virão os filhos, raramente concordamos de primeira. E o mais bonito não é pensar tudo igual, na linha oh-fomos-feitos-um-para-o-outro!, mas nos descobrirmos capazes de aprender juntos e de cultivar a generosidade de ouvir, entender, ceder, somar.

Casamento, eu sei agora, não tem a ver com paixão. Ou, pelo menos, não com o tipo que nos vendem, dessas cegas, que se põem acima de tudo. Na real, é o contrário. Casamento – o meu, ao menos – vive é da admiração da verdade do outro. Enxergá-lo como é, e não como a gente desejaria que fosse. Sem filtros nem disfarces, sob a luz da intimidade e da rotina. Com todos os humores que oscilam, as falhas que temos, os nossos desacordos. E é exatamente por conhecê-lo tão bem, que posso admirá-lo por inteiro, e me encantar a cada descoberta.

Num casamento, fui ver, as grandes declarações não vêm de helicópteros jogando rosas no telhado. Embora o pedido tenha sido de filme, no dia a dia, assim como as melhores coisas da vida, o amor me surpreende nos momentos mais simples. Como ouvir uma cantada dele quando estou com a cara amassada de sono ou vê-lo fazendo piadas quando estou de mau humor. Me derreto com um “Tava morrendo de saudade” depois de poucas horas longe e com a companhia silenciosa enquanto tenho de trabalhar. As gentilezas, assim, fazem todos os nossos dias especiais, não só os marcados no calendário.

Casamento, eu entendi, tampouco é garantia. Os vazios que eu tinha em mim continuam a existir. As incertezas do que fazer da vida ainda são as mesmas. Minhas contas a pagar, minha aflição de ter o coração partido, meu complexo com o corpo, minhas infelicidades particulares: quando a gente casa, não sara. Mas dividir tudo isso quando chego em casa me dá forças que não sabia ter, e uma razão maior para resolver tudo: quero ser feliz comigo para, assim, ser mais feliz com ele.

Por fim, eu aprendi que casamento Não se trata de uma promessa única, mas de um compromisso que se renova a cada manhã, a cada surpresa, a cada briga, a cada reencontro. A vida é cheia de encruzilhadas. E, a cada vez que encontramos uma, temos de decidir novamente se vamos continuar seguindo o mesmo caminho, lado a lado. Eu não me casei uma vez só. Eu me caso com o meu esposo todos os dias.

E é só assim, esquecendo as ideias prontas, que acredito que o romance permanece, nos tornamos um par de verdade, a paixão supera a passagem do tempo e vamos passar o resto da vida juntos. Não é um conto de fadas. Mas é a maior história de amor que conheço, porque ela é real – porque ela é minha. E, quando a gente acha que o que temos é o melhor do mundo, aí, sim, é que se ouvem os fogos de artifício.

Roberta Faria


Beijo nos corações!

Faça o que eu faço

Olá amigos do blog!

Como estamos na semana em que comemoramos o dia das crianças e também o dia dos professores, resolvi compartilhar um texto que nos traz muita sabedoria e nos faz refletir sobre a maneira a qual temos educado e ensinado nossas crianças. Como temos nos comportado com nossos pequenos? O que tem falado mais alto, as nossas palavras e ensinamentos ou o nosso exemplo?

Faça o que eu faço

O dia em que eu entendi o que era educação foi num sábado de manhã, oito anos atrás, ao atender um telefonema de telemarketing. Foi uma ligação dessas que começam com alguém lendo seu nome completo. Fiz o de sempre: contei uma mentira rápida.
“Ah, a Roberta não está. Não, ela só volta à noite.” Desliguei, como se nada tivesse acontecido – e deparei com uma pessoa me encarando intrigada.
“Mas, mamãe, você tá! Por que você fingiu?!”

A Gabriela tinha pouco mais de 3 anos. Até pouco tempo, tinha sido meu bebê – um trabalho braçal, mas que me exigia poucas explicações. De repente, estava se dando conta do mundo. Cheia de espanto, fazia perguntas curiosas e observações constrangedoras. Era uma nova fase, deliciosa. Até ela me pegar mentindo no telefone.
Em segundos, vi um filme passar diante dos meus olhos. Uma coisa tão banal, eu sei – quantas mentirinhas não contamos? Mas, diante dela, tão fácil de ser enganada, senti o peso do mundo. Como se aquela resposta fosse a mais importante que eu daria à Gabi em toda nossa vida.

Então isso é educação, pensei. Não o que dou a ela: não são os bons modos à mesa, a escola bacana, as aulas de natação, as histórias antes de dormir, as regras de comportamento, as brincadeiras, os passeios, as lições.

Não, não é o que eu dou. A educação é o que eu sou.

Eu sou o exemplo. Antes de tudo, da forma mais primitiva, é assim que se ensina e se aprende, que se transmitem valores e conhecimentos, hábitos e habilidades. Sem precisar de aulas, manuais, nem um só real: basta a convivência. E a força dessas lições é maior do que qualquer outra dada em salas, livros, discursos. Meus anos de estudos pouco significam perto dos exemplos que recebi.

Isso também aconteceria com a minha filha. E tornaria tudo muito mais difícil. Um curso pode custar caro, dar trabalho, mas é cômodo. Ser um bom exemplo, por inteiro, coerente no que se fala e no que se faz? É uma missão para a vida toda. Mais ou menos como manter a barriga encolhida e as costas retas 24 horas por dia, inclusive enquanto se carrega as caixas da mudança pela escada.

Naquela manhã de sábado, encolhi minha barriga, endireitei as costas, peguei minha filha pela mão e a levei para o jardim, para ter uma conversa da qual ela não guarda nenhuma lembrança, mas que mudaria minha vida.

Expliquei que eu tinha fingido que não estava em casa porque não queria falar com a pessoa que tinha ligado.
Era o lobo?”, perguntou. Não, eu não conhecia a pessoa, expliquei. E desatei a falar: havia mentido e isso era ruim; temos de ser sinceras; fui má com a pessoa que ligou; pedia desculpas por ter feito uma coisa errada...

Quando terminei, ela já estava cantarolando, em outro planeta. E eu estava tão feliz e chocada como se naquela manhã tivesse me tornado mãe outra vez. Uma coisa é ter filhos, entendi. Outra é se comprometer em educá-los.

Desde então, tentar ser um bom exemplo para ela se reflete em cada mínima coisa da minha existência: o que eu como, compro, digo. O que faço no trabalho, como vivo minhas relações, as opiniões que defendo. Não janto mais no sofá, não tenho carro e faço mais gentilezas do que me é natural só para praticar o que digo a ela ser certo.

Às vezes fracasso. Às vezes me orgulho. Fico em dúvida se adianta. Canso. Mas a recompensa tem a medida da dificuldade. E não está, quem diria, na filha que crio. Ela mora em mim: ao tentar educá-la, me transformo em uma pessoa melhor. Era eu quem mais precisava de educação.

Roberta Faria

Que Deus nos ensine, nos capacite e nos ajude a sermos bons exemplos!

Beijo com carinho!