O lado bom da vida


“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial, industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui por diante vai ser diferente”.”
Carlos Drummond de Andrade

Quando chegar a meia noite do dia 31 de dezembro os fogos de artifícios iluminarão o céu trazendo esperança de um ano novo cheio de conquistas e realizações. E por todos os lados é possível se ouvir votos de um feliz 2014.
E então nos perguntamos o que falta acontecer para que eu me sinta realizado? O que eu preciso para ser feliz no ano que se aproxima?
Começamos aquela antiga lista: Preciso emagrecer, preciso de um namorado, preciso me casar, ser mãe, trocar de emprego, trocar de carro, uma casa nova, preciso viajar, ganhar mais dinheiro... e por aí vai... Uma lista que não tem fim!
Enquanto esperamos tanto alcançar o que ainda não temos, os meses vão passando e nem nos damos conta da felicidade que deixamos passar despercebida.
Na ansiedade por algo novo perdemos a gratidão pelo que já recebemos.
Se pararmos um minuto para pensar em tudo o que já temos e nas bênçãos que recebemos até aqui, perceberemos que temos além do suficiente.
Afinal, o suficiente já nos basta! O grande problema é justamente a nossa insatisfação, o querer sempre mais...
Isso não significa que não podemos fazer planos e estabelecer metas, mas sim sermos gratos a Deus por todas as coisas, agradecer o dom da vida, as pessoas especiais que são colocadas em nosso caminho, o alimento que não nos faltou, o amor em nossos corações, a fé que nos motiva, a esperança que nos impulsiona a prosseguir.
A partir do momento que abrirmos os nossos olhos para enxergar as bênçãos de Deus derramadas em gotas diariamente e agradecermos por elas, as demais coisas acontecerão naturalmente e ao seu devido tempo. Os nossos sonhos florescerão em terras férteis e colheremos os seus frutos na estação própria.
Então saberemos viver o lado bom da vida!
Aprenderemos desfrutar com alegria e satisfação os dias de conquistas. Aprenderemos viver com fé e esperança os dias de adiversidades. Aprenderemos saborear cada dia dado por Deus com a sabedoria que nos enriquece e nos faz fortes para continuar a caminhada.
Mais um ano está prestes a começar, é mais um capítulo da nossa vida a ser escrito, e nessas novas páginas, ainda em branco é possível escrevermos uma história repleta de fé, esperança e realizações.
Só depende de nós! Da nossa perseverança e gratidão. Pois quanto mais agradecemos, mais recebemos!
Portanto, renove suas forças para mais um recomeço repleto de desafios e novas descobertas. Esteja pronto para viver as promessas que Deus tem reservado a todo aquele que crê e que permanece firme em sua presença.
Descubra o lado bom da vida!

Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres.
Salmos 126:3

Feliz 2014!


Simone Contelli

Eu digo sim


No dia dois de outubro meu esposo Alex e eu comemoramos três anos de uma abençoada união. Com muita alegria e gratidão em nossos corações louvamos a Deus por ter nos presenteado com a maravilhosa dádiva do amor e nos permitir viver essa fascinante experiência que é o casamento.

Em nossos dias o casamento e a família tem perdido o seus verdadeiros valores, qualquer motivo banal se torna justificativa para separações e divórcios. Sem contar a preferência de muitas pessoas em não assumirem tal relacionamento envolvidas pelo medo de um compromisso com tamanha seriedade.

Porém, sabemos que o casamento é benção do Senhor, a família não é uma instituição falida como alguns dizem, mas sim um porto seguro onde podemos repousar os nossos corações e nos fortalecer como seres humanos criados por Deus.

E justamente por acreditar que o casamento é uma benção agradeço todos os dias a Deus por tudo o que temos aprendido ao longo destes três maravilhosos anos os quais já sorrimos, já choramos, já enfrentamos dificuldades e comemoramos vitórias. Anos os quais nos amadureceram e nos tornaram ainda mais fortes e encorajados a prosseguir juntos, vivendo o amor que nos ensina, que nos levanta, o amor que tudo pode e tudo suporta.

Quero compartilhar com vocês um texto que descreve muito bem como vejo a nossa união e o que temos vivido durante estes três anos:

Eu digo sim

Quando eu me casei, descobri que tudo o que me disseram sobre uniões estava errado.

Primeiro engano: casamento não é consequência de um amor romântico. Embora tenha lá sua contribuição no começo da história, o sentimento explosivo dos livros e das novelas vira é paixonite, caso, namoro. Mas o que leva mesmo alguém a dividir a vida com outro alguém tem mais a ver com outro tipo de amor – o amor profundo e inesgotável da amizade.

Sabe quando a gente era criança e não conseguia se desgrudar da melhor amiga? Aquela pessoa para quem se podia contar qualquer coisa e fazer todos os planos mais improváveis? A companhia não enjoava, assunto não faltava, não havia vergonhas. Tudo era tão simples... Então, esse é o meu marido. Não é o meu príncipe. É o meu melhor amigo no mundo. E foi porque tudo é possível e melhor quando estamos juntos, que eu lhe disse sim.

Casamento, eu também descobri, não tem a ver com encontrar o par perfeito, que se encaixa sem arestas. Na minha história, é sobre respeitar alguém diferente, o que exige negociações diárias e infinitas. Desde chegarmos ao consenso de onde vai ficar a estante nova, até decidirmos quando virão os filhos, raramente concordamos de primeira. E o mais bonito não é pensar tudo igual, na linha oh-fomos-feitos-um-para-o-outro!, mas nos descobrirmos capazes de aprender juntos e de cultivar a generosidade de ouvir, entender, ceder, somar.

Casamento, eu sei agora, não tem a ver com paixão. Ou, pelo menos, não com o tipo que nos vendem, dessas cegas, que se põem acima de tudo. Na real, é o contrário. Casamento – o meu, ao menos – vive é da admiração da verdade do outro. Enxergá-lo como é, e não como a gente desejaria que fosse. Sem filtros nem disfarces, sob a luz da intimidade e da rotina. Com todos os humores que oscilam, as falhas que temos, os nossos desacordos. E é exatamente por conhecê-lo tão bem, que posso admirá-lo por inteiro, e me encantar a cada descoberta.

Num casamento, fui ver, as grandes declarações não vêm de helicópteros jogando rosas no telhado. Embora o pedido tenha sido de filme, no dia a dia, assim como as melhores coisas da vida, o amor me surpreende nos momentos mais simples. Como ouvir uma cantada dele quando estou com a cara amassada de sono ou vê-lo fazendo piadas quando estou de mau humor. Me derreto com um “Tava morrendo de saudade” depois de poucas horas longe e com a companhia silenciosa enquanto tenho de trabalhar. As gentilezas, assim, fazem todos os nossos dias especiais, não só os marcados no calendário.

Casamento, eu entendi, tampouco é garantia. Os vazios que eu tinha em mim continuam a existir. As incertezas do que fazer da vida ainda são as mesmas. Minhas contas a pagar, minha aflição de ter o coração partido, meu complexo com o corpo, minhas infelicidades particulares: quando a gente casa, não sara. Mas dividir tudo isso quando chego em casa me dá forças que não sabia ter, e uma razão maior para resolver tudo: quero ser feliz comigo para, assim, ser mais feliz com ele.

Por fim, eu aprendi que casamento Não se trata de uma promessa única, mas de um compromisso que se renova a cada manhã, a cada surpresa, a cada briga, a cada reencontro. A vida é cheia de encruzilhadas. E, a cada vez que encontramos uma, temos de decidir novamente se vamos continuar seguindo o mesmo caminho, lado a lado. Eu não me casei uma vez só. Eu me caso com o meu esposo todos os dias.

E é só assim, esquecendo as ideias prontas, que acredito que o romance permanece, nos tornamos um par de verdade, a paixão supera a passagem do tempo e vamos passar o resto da vida juntos. Não é um conto de fadas. Mas é a maior história de amor que conheço, porque ela é real – porque ela é minha. E, quando a gente acha que o que temos é o melhor do mundo, aí, sim, é que se ouvem os fogos de artifício.

Roberta Faria


Beijo nos corações!

Faça o que eu faço

Olá amigos do blog!

Como estamos na semana em que comemoramos o dia das crianças e também o dia dos professores, resolvi compartilhar um texto que nos traz muita sabedoria e nos faz refletir sobre a maneira a qual temos educado e ensinado nossas crianças. Como temos nos comportado com nossos pequenos? O que tem falado mais alto, as nossas palavras e ensinamentos ou o nosso exemplo?

Faça o que eu faço

O dia em que eu entendi o que era educação foi num sábado de manhã, oito anos atrás, ao atender um telefonema de telemarketing. Foi uma ligação dessas que começam com alguém lendo seu nome completo. Fiz o de sempre: contei uma mentira rápida.
“Ah, a Roberta não está. Não, ela só volta à noite.” Desliguei, como se nada tivesse acontecido – e deparei com uma pessoa me encarando intrigada.
“Mas, mamãe, você tá! Por que você fingiu?!”

A Gabriela tinha pouco mais de 3 anos. Até pouco tempo, tinha sido meu bebê – um trabalho braçal, mas que me exigia poucas explicações. De repente, estava se dando conta do mundo. Cheia de espanto, fazia perguntas curiosas e observações constrangedoras. Era uma nova fase, deliciosa. Até ela me pegar mentindo no telefone.
Em segundos, vi um filme passar diante dos meus olhos. Uma coisa tão banal, eu sei – quantas mentirinhas não contamos? Mas, diante dela, tão fácil de ser enganada, senti o peso do mundo. Como se aquela resposta fosse a mais importante que eu daria à Gabi em toda nossa vida.

Então isso é educação, pensei. Não o que dou a ela: não são os bons modos à mesa, a escola bacana, as aulas de natação, as histórias antes de dormir, as regras de comportamento, as brincadeiras, os passeios, as lições.

Não, não é o que eu dou. A educação é o que eu sou.

Eu sou o exemplo. Antes de tudo, da forma mais primitiva, é assim que se ensina e se aprende, que se transmitem valores e conhecimentos, hábitos e habilidades. Sem precisar de aulas, manuais, nem um só real: basta a convivência. E a força dessas lições é maior do que qualquer outra dada em salas, livros, discursos. Meus anos de estudos pouco significam perto dos exemplos que recebi.

Isso também aconteceria com a minha filha. E tornaria tudo muito mais difícil. Um curso pode custar caro, dar trabalho, mas é cômodo. Ser um bom exemplo, por inteiro, coerente no que se fala e no que se faz? É uma missão para a vida toda. Mais ou menos como manter a barriga encolhida e as costas retas 24 horas por dia, inclusive enquanto se carrega as caixas da mudança pela escada.

Naquela manhã de sábado, encolhi minha barriga, endireitei as costas, peguei minha filha pela mão e a levei para o jardim, para ter uma conversa da qual ela não guarda nenhuma lembrança, mas que mudaria minha vida.

Expliquei que eu tinha fingido que não estava em casa porque não queria falar com a pessoa que tinha ligado.
Era o lobo?”, perguntou. Não, eu não conhecia a pessoa, expliquei. E desatei a falar: havia mentido e isso era ruim; temos de ser sinceras; fui má com a pessoa que ligou; pedia desculpas por ter feito uma coisa errada...

Quando terminei, ela já estava cantarolando, em outro planeta. E eu estava tão feliz e chocada como se naquela manhã tivesse me tornado mãe outra vez. Uma coisa é ter filhos, entendi. Outra é se comprometer em educá-los.

Desde então, tentar ser um bom exemplo para ela se reflete em cada mínima coisa da minha existência: o que eu como, compro, digo. O que faço no trabalho, como vivo minhas relações, as opiniões que defendo. Não janto mais no sofá, não tenho carro e faço mais gentilezas do que me é natural só para praticar o que digo a ela ser certo.

Às vezes fracasso. Às vezes me orgulho. Fico em dúvida se adianta. Canso. Mas a recompensa tem a medida da dificuldade. E não está, quem diria, na filha que crio. Ela mora em mim: ao tentar educá-la, me transformo em uma pessoa melhor. Era eu quem mais precisava de educação.

Roberta Faria

Que Deus nos ensine, nos capacite e nos ajude a sermos bons exemplos!

Beijo com carinho!

Vencendo desafios


“A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio.”
(Martin Luther King)

Dando continuidade a nossa série sobre superações, quero compartilhar com vocês algumas das minhas experiências no mercado de trabalho:

Como todos sabem existe a lei de cotas, lei esta que exige uma porcentagem de vagas nas empresas destinadas a portadores de deficiências. Mas apesar dela existir, ainda é muito grande o preconceito e a falta de informação de muitos em relação a portadores de deficiência. Algumas pessoas acreditam que deficientes não podem e não conseguem desenvolver funções no mercado de trabalho.

Ao longo da minha procura por emprego me deparei com muitos destes casos. Pessoas as quais me julgaram incapaz de desenvolver seja qualquer tipo de trabalho. Ouvi cada pergunta em entrevistas que só não ri na hora porque realmente não podia e por também compreender a enorme falta de informação.
Mas também chorei após muitas dessas entrevistas, onde fui totalmente
Discriminada.

Já perdi a conta de quantas vezes ouvi expressões como: “Sinto muito, mas você não conseguiria desenvolver esta função.” Ou “Que pena, mas essa vaga não dá mesmo pra você!” Mas a pior que ouvi em várias situações foi: “Realmente nem tenho idéia de como trabalhar com uma deficiente visual”
Eram frases como essas que acabavam com o meu dia e que me colocavam no fundo do poço.
Muitas vezes perguntava a Deus o por que dessas situações, o por que tinha que ser assim comigo, por que era tudo tão mais difícil Pra mim?
Afinal, eu já havia concluído o ensino médio, já havia me especializado em vários cursos profissionalizantes de informática e de idiomas.
Eu não me sentia uma pessoa despreparada no mercado de trabalho, e realmente o que mais doía era perceber que as pessoas não me davam oportunidades pelo fato de possuir uma deficiência.

Depois de muita procura, encontrei meu primeiro emprego, o qual trabalhei durante dois anos como recepcionista em uma instituição filantrópica.
Foi um tempo o qual cresci muito e aprendi muitas coisas também. Conheci pessoas maravilhosas as quais até hoje são minhas amigas.
Porém, nesta minha primeira experiência profissional, tive que lidar cara a cara com o preconceito. A fundadora dessa instituição, uma senhora já com seus oitenta anos não se conformava que haviam contratado uma deficiente visual como recepcionista do lugar fundado por ela. Foram muitas as vezes que ela me humilhou perante outras pessoas, dizendo que eu era uma “coitada” e que certamente não conseguiria exercer o cargo. Muitas vezes chegou a pedir pra funcionários da limpeza fazer ligações para ela, só para não ter que pedir pra mim. Afinal, ela não aceitava que uma deficiente visual poderia ajudá-la em alguma tarefa.
Nem preciso dizer o quanto isso me entristecia, só Deus sabe quantas lágrimas derramei por causa dela. Mas a Palavra de Deus nos garante que se somos humilhados e permanecemos fiéis em oração e perdão, somos exaltados por Deus no tempo exato.

Foi exatamente o que aconteceu, aos poucos ela foi mudando o comportamento dela em relação a mim, e quando saí deste lugar após os dois anos de trabalho e experiências adquiridas, essa senhora me pediu perdão por todas as vezes que ela havia me magoado e disse que era uma pena eu estar saindo, pois eu era uma ótima funcionária e havia desenvolvido meu trabalho muito bem durante todo aquele tempo.

Saí dessa instituição muito feliz com tudo o que havia aprendido e vivido naquele tempo. Agora já me sentia mais forte para enfrentar seja qual fosse o grau de preconceito.

Após dois meses em casa comecei a trabalhar em uma academia como recepcionista também. E confesso que foram dois anos maravilhosos da minha vida! Só saí de lá porque realmente precisava encontrar um horário melhor e buscar um crescimento profissional. Nesta academia vivi novas experiências, aprendi muitas coisas e me senti muito valorizada como profissional. A dona da academia separava todo o dinheiro para mim em montinhos diferenciados na gaveta, para me facilitar no troco. Assim eu recebia todas as mensalidades das aulas, voltava o troco e cuidava de muitos assuntos relacionados a academia. Não tive nenhum problema quanto as minhas tarefas durante o tempo em que estive lá.
Pelo contrário, só cresci, só me tornei alguém mais completa por ganhar tantas experiências e amizades verdadeiras.

Assim que saí da academia passei novamente por uma maratona de entrevistas na busca de um novo emprego. E novamente mais frustrações, mais lágrimas, mais preconceito com aquele repertório já ouvido antes.

Então comecei a trabalhar em uma farmácia, a qual já relatei aqui no blog. Permaneci um ano frustrada em um lugar onde haviam me contratado somente para cumprir a lei de cotas e que não aprendi nada. Mais uma vez vivi em meio ao preconceito de pessoas as quais me julgavam incapaz de desenvolver alguma função.
Enquanto estive lá continuei procurando algo novo, continuei acreditando que não poderia parar perante aquela situação de frustração e complexo, pois eu não era uma incapaz, nem uma inútil.

E quando batemos insistentemente em uma porta, em algum momento ela se abre. Quando buscamos, encontramos. Quando não desistimos de tentar, alcançamos!

Hoje tenho vivido a melhor fase da minha vida. Estou trabalhando em uma empresa onde tenho adquirido muitas experiências, tenho aprendido muito e crescido profissionalmente. Estou cursando a faculdade de psicologia, curso que eu sempre sonhei. Estou me sentindo realizada em tudo o que tenho feito. Na verdade hoje entendo que para chegar aqui, foi necessário essa longa caminhada, foi necessário atravessar vales profundos e escalar altas montanhas. Compreendo que cada situação vivenciada serviu para me mostrar que existe um Deus que luta pelas minhas causas, e que independente do que as pessoas possam pensar a meu respeito, Ele me ama do jeitinho que eu sou! É Ele quem me capacita e me faz prosseguir!

E perante essa verdade, fica mais fácil então compreender que as dificuldades nos moldam, com o propósito de nos tornar mais maduros e mais corajosos.

Eu sei que durante o meu caminho ainda derramarei lágrimas, ainda encontrarei com certeza situações as quais terei novamente que vencer o preconceito.
Mas estou certa de que todas as vezes que eu chorar, as minhas lágrimas regarão a minha fé e me conduzirão a vencer seja qual for a dificuldade.

Depois de alguns tropeços aprendemos a caminhar com mais firmeza. Depois de algumas tempestades, aprendemos a esperar o arco-íris. Depois do doloroso inverno, aprendemos a desfrutar da primavera.
Assim é a vida. Nada é em vão, tudo o que enfrentamos nos ensina, nos aperfeiçoa, nos torna pessoas mais sábias, mais experientes, mais fortes, mais vivas!

"O que sobrevive não é necessariamente o mais forte ou o mais inteligente, mas, o que melhor se adapta.”
(CHARLES DARWIN)



Super beijo!

No caminho da superação


“É graça divina começar bem. Graça maior é persistir na caminhada certa. Mas a graça das graças é não desistir nunca.”
(Dom Hélder Câmara)

Olá amigos do blog!

Como prometido, aqui estou para dar continuidade a nossa série sobre superação.
Hoje venho contar um pouquinho da minha história, não por pensar que ela seja mais importante ou mais emocionante do que a história de cada um de vocês, mas por ter a certeza de que as nossas histórias quando compartilhadas, encorajam e edificam vidas, constituindo assim o grande livro que é a vida.

Assim que nasci os médicos já constataram o glaucoma em ambos os olhos. E então comecei ainda pequena uma maratona de cirurgias na tentativa de uma melhora.
Entre muitas cirurgias, perdi a visão do olho direito aos cinco anos.
Desde então minha mãe decidiu que não permitiria mais cirurgias, uma vez que a medicina não nos garantia a melhora e os riscos eram grandes, de perder os quinze por cento de visão ainda existente no olho esquerdo.
Após essa decisão começamos então a nos adaptar a realidade.
Fiz o pré em uma classe especial com mais doze crianças que tinham algum tipo de deficiência. Porém, quando fui para a primeira série minha mãe fez questão que eu estudasse em uma classe normal. Foi aí que surgiu a primeira dificuldade, pois a professora da sala não queria me ensinar, alegando que era impossível dar atenção a uma aluna deficiente entre quarenta crianças. Mas minha mãe não desistiu, procurou ajuda e falou com uma professora, fundadora da instituição para deficientes visuais aqui da cidade. Essa por sinal a orientou a me ensinar, Afinal, eu estava matriculada e Ela precisava encontrar uma maneira a qual pudesse se dedicar a mim.
Conclusão, mesmo sem gostar muito, minha professora foi obrigada a aprender a lidar comigo, pois não queria ser chamada na delegacia de ensino pela nossa reclamação.

Aprendi a ler e a escrever com letras ampliadas sempre com a ajuda da minha mãe.
Mas as dificuldades maiores vieram a partir da sétima série, quando sofri um descolamento de retina e minha visão que já era pouca se reduziu ainda mais. A essas alturas não conseguia mais ler nem escrever. Foi quando fui obrigada a aprender o Braille. E na verdade foi uma fase muito complicada. Uma adolescente que não se conformava em não poder mais ler e escrever como os outros, e que tinha que aprender algo totalmente diferente e que cai entre nós, não era fácil! Mas com muito choro e incentivo aprendi!

Embora sabia o Braille, meus três anos de ensino médio fiz sem ler e escrever, minha mãe e meus amigos liam para mim todo o material que eu recebia e as minhas provas eram todas orais.
Com muita dificuldade, mas também com muita ajuda de pessoas maravilhosas, conclui assim o ensino médio. Aprendi muito com cada situação vivenciada durante aquele tempo, briguei com alguns professores os quais não queriam se adaptar a minha dificuldade.

Jamais me esquecerei de uma professora de português a qual em meu primeiro dia de aula com ela, expliquei o meu caso, deixei que ela escolhesse a melhor maneira em que me aplicaria as provas, se seria oral ou em Braille. Passado alguns dias, em uma das suas aulas, ela pediu a classe que fizesse uma redação. E de repente falou em alta voz se direcionando a mim: “Quanto a você, não vá achando que vai passar nas custas de outros alunos, porque não vai viu mocinha!”
Naquele momento fiquei muito nervosa, afinal, o que eu não queria era justamente me dar bem à custa dos outros, pois eu já havia explicado tudo e colocado a opção nas mãos dela.
Após a aula conversei com ela e exigi então que eu só faria as provas se fossem orais, para que ela tivesse a certeza absoluta de que eu mesmo quem as tinha feito e que as notas que viesse a tirar seria pelos meus próprios esforços e méritos sem questionamentos e dúvidas. Durante aquele ano ela me aplicou todas as provas orais e Concluí a matéria dela com uma das melhores notas da sala, o que fez com que no último dia de aula ela me pedisse desculpas pelos julgamentos dela a meu respeito.

Essa foi uma das muitas situações em que tive que brigar, lutar e exigir os meus direitos. Não poderia parar perante dificuldades que pessoas estavam criando. Dependia da minha escolha: Enfrentar e encontrar um jeito ou parar de estudar utilizando a desculpa de que era difícil para mim, pois existiam muitos obstáculos e professores os quais não queriam me ensinar.

Então fiz a minha escolha! Escolhi continuar, vencer as dificuldades e preconceitos! E assim passei por essa fase vitoriosa!
Agora era caminhar rumo às próximas etapas da caminhada...

As dificuldades fazem parte da vida. Nem sempre a nossa caminhada é fácil. Muitas vezes precisamos trilhar por estradas repletas de obstáculos. São montanhas altíssimas, vales profundos os quais precisamos ultrapassar.
E é claro que durante essa caminhada sentimos medo, sentimos tristeza, sentimos o peso das dificuldades. Porém, não podemos parar, não podemos jamais desistir de chegar ao destino desejado.
O medo, sempre surgirá, mas a coragem também! A tristeza, ela pode até aparecer, mas a alegria vem ao amanhecer! O desânimo tenta nos vencer, mas a esperança renova as nossas forças!
Podemos até tropeçar, reduzir a velocidade, descobrir novas maneiras de trilhar por essa estrada que é a vida, mas a caminhada continua....

No meu próximo post continuarei compartilhando um pouco mais das dificuldades que encontrei ao longo do caminho, as quais aperfeiçoaram a minha fé e me fizeram crescer como ser humano.

Beijo com carinho!













O que nos cabe


Olá queridos!

Todos nós enfrentamos dificuldades ao longo da nossa caminhada. Alguns encontram dificuldades para encontrar um amor, para ter ao seu lado alguém especial para dividir a vida. Outros enfrentam a dificuldade financeira, demoram a encontrar um bom emprego, com um bom salário e vivem se desdobrando para descobrir um jeito de suprir suas necessidades. Ainda existem aqueles que por muito tempo convive com a dificuldade de se aceitar, de se encaixar nos lugares, na sociedade, na vida.

A verdade é que desde que nascemos enfrentamos diferentes dificuldades em cada nova fase. Nossos primeiros passos não foram fáceis, a primeira letra a ser escrita, as primeiras contas de matemática, as primeiras provas, o primeiro amor, o primeiro emprego.... Sem contar as segundas tentativas de tudo o que não deu certo na primeira vez.

Porém, precisamos aprender a superar cada dificuldade que aparece.
Eu, por exemplo, desde que nasci tive que aprender a superar a grande dificuldade de não enxergar. Como foi difícil meus primeiros anos na escola, minhas primeiras aulas de Braille, cada adaptação para cada nova fase.
Mas trinta anos se passaram, e com tantas dificuldades vieram as experiências. Quantas adaptações e superações!
Experiências as quais estarei compartilhando com vocês em minhas próximas postagens.

Resolvi trazer este tema de superaçção e aceitação após ouvir alguns relatos de pessoas que encontraram ao longo de suas vidas muitas dificuldades, mas que as superaram e as transformaram em ricas e lindas experiências.

Para dar início a essa série de posts, trago um texto fantástico de uma jornalista maravilhosa:

O que nos cabe

Quando a gaBI nasceu, a primeira coisa que o médico falou foi “Ela é perfeita”. Respirava, o coração batia forte, tinha todos os dedos, veio grande e rechonchuda, passou em todos os exames. Era minha filha, já amada e esperada antes de chegar, e só havia o que comemorar.

Por um bom tempo, a Gabi correspondeu à previsão do médico e às expectativas (minhas e de qualquer mãe) de ser o bebê ideal. Tinha cachos dourados, bochechas cor-de-rosa, dobrinhas deliciosas. Mamava feito bezerro, crescia fora da curva, raramente adoecia. Também tinha todos os problemas típicos: chorava com cólicas, acordava de madrugada, cuspia o espinafre. O que só a fazia mais perfeita – era, afinal, tudo o que uma mãe esperava.

Foi no jardim de infância que as diferenças apareceram. Ela passava muito tempo sozinha, não tinha a coordenação dos bebês da idade, não participava das atividades do mesmo jeito. “Parece que está em outro planeta”, ouvi da professora. Mal sabia que, a partir dali, essa seria a frase mais usada para descrever a minha filha, por qualquer pessoa que passasse mais de meia hora com ela.

Fomos a muitos neurologistas, pediatras, psicólogos e psicopedagogos. Enquanto ela ainda era pequena, diziam que não era nada: só o jeitinho dela, ia passar. Quando a escola começou pra valer, as diferenças ficaram maiores, e veio a época das desculpas emocionais: é porque ela não se adaptou à escola. É porque mudou de cidade. É porque é filha única de mãe solteira que trabalha fora o dia inteiro. E haja culpa para acreditar em tudo.

Foi depois de repetir dois anos na escola que finalmente encontramos quem nos esclarecesse. Muitos exames e testes depois, ouvi um diagnóstico que me tirou o ar e o chão. Meu bebê, a esta altura uma menina enorme, que viera ao mundo sob a marca de “ela é perfeita”, tinha um cérebro com defeito de fabricação. Que não funcionava como deveria, e, mesmo com os melhores estímulos, nunca atingiria a média da maioria das pessoas.

Nada na vida me doeu mais do que essa notícia. Não por saber que minha filha não é perfeita: ao contrário, a amo ainda mais, se é que isso é possível. O que partiu meu coração foi pensar nos “nãos” debaixo do diagnóstico. É que perfeição não é só cobrança. Perfeição também é sonho. É um monte de desejos que a gente tem e que, quando realiza, ajuda a determinar a vida que construímos e a moldar nossa felicidade. Claro que, assim como sonhos, certas ideias de perfeição são inalcançáveis. Mas a busca por elas também pode ser uma forma de esperança, para nos mover e inspirar a fazer mais e melhor.

Ao saber que ela não era mais aquela menina perfeita, sofri por pensar que então ela não poderia ter uma vida perfeita. Que as limitações reduziriam também suas possibilidades, seus sonhos – suas chances de felicidade.

Levou um tempo para que eu entendesse que, na verdade, o que essa descoberta mudava não era o futuro da minha filha. Ela continuava a mesma, com as mesmas qualidades, defeitos, manias. O mesmo jeito de olhar para mim quando faz besteira, o desgosto por pratos que levem fígado, a paixão por filhotes de cachorro. O que precisaria ser diferente, daqui para a frente, eram as nossas expectativas – isto é, as nossas ideias sobre perfeição.

A gente costuma pensar que perfeição é um padrão, uma receita que serve para todos. Ora, é como querer que todos calcem o mesmo sapato. Enquanto estamos na média (que, aliás, é calçar 36, para mulheres, e 41, para homens), parece possível. Mas, quando não há fôrma que lhe caiba, melhor encontrar outro jeito de dar seus passos do que sofrer a vida toda para se encaixar onde não dá.

Buscar essas outras maneiras – esses outros sapatos – não torna necessariamente mais fácil o caminhar. São montes de dificuldades, todos os dias. Mas os passos são mais tranquilos, e já não doem como antes. Assim, a gente sofre menos com o que não nos cabe, aproveita mais a paisagem – e suspeito que chega mais perto da felicidade.


Roberta Faria


Beijo nos corações!

Simplicidade


"Adoro as coisas simples. Elas são o último refúgio de um espírito complexo."
(Oscar Wilde)


Em uma dessas tardes tive o privilégio de dar um passeio no shopping em companhia da minha querida mãe e do meu lindo sobrinho de nove anos. Há muito tempo não fazíamos isso, pois a correria e os compromissos do dia-a-dia não nos permitiam.

Então saboreamos cada momento dessa oportunidade, aproveitamos para colocar o papo em dia, olhar as roupas, calçados e brinquedos, mesmo sem a intenção de comprá-los.

Depois nos assentamos na praça de alimentação, onde passamos um longo tempo a nos divertir com as histórias da minha mãe e as curiosidades e descobertas do meu sobrinho.
Enquanto estava ali me deliciando com aqueles momentos tão especiais e com a companhia deles, pude refletir sobre a simplicidade que perdemos em nossas vidas.

Trabalhamos tanto, corremos tanto, não nos sobra mais tempo para nada!
Há quanto tempo não nos assentamos no quintal para brincar com as crianças, para olhar nos olhos delas, e enxergar o brilho da alegria mais verdadeira que existe. Mal nos recordamos a última vez que lemos uma história, que assistimos um filme, que nos lambuzamos com um sorvete em uma tarde de verão.

São coisas tão simples, talvez tão tolas aos olhos de algumas pessoas. Porém, é justamente essa simplicidade que faz toda diferença!
Passar horas a conversar com nossos pais, avós, irmãos e amigos, ouvir suas histórias, seus desabafos, suas experiências. Passear de mãos dadas com quem amamos, observar o por do sol ou a chuva a cair. Quem sabe fazer um piquenique, se assentar debaixo de uma árvore e ficar ali, sentindo o vento balançar os cabelos, respirando o ar puro da natureza.

Certamente, são coisas as quais não fazem parte da nossa rotina, afinal, todos nós temos compromissos a cumprir, No entanto, elas podem ser almejadas e planejadas para que possamos desfrutar da verdadeira felicidade.
Felicidade essa que não se resume no carro zero adquirido, nas roupas novas de marca, no dinheiro conseguido pelo excesso de trabalho. Tudo isso até pode sim nos alegrar e nos satisfazer, mas não inundam a nossa alma de paz, não preenchem aquele lugarzinho do coração que necessita de amor, de atenção, de dedicação, de sorrisos e olhares brilhantes.

Os dias passam, as crianças crescem, as pessoas as quais amamos se vão das nossas vidas, e o que nos restará de fato são as lembranças de momentos que vivemos e que nos marcaram. Momentos que ficarão gravados em nossas mentes e em nossos corações, os quais nada nem ninguém poderão roubá-los de nós.

Não deixe de desfrutar a simplicidade da vida, é ela que colore os nossos dias e enriquece a nossa alma. Por isso ame o máximo que puder, se dedique pra valer, sorria, passeie, ouça as pessoas a sua volta, aproveite a vida!

Pois ela só vale a pena se for assim!


Simone Contelli



Beijo com carinho!



Vitrines ou seres humanos

Olá pessoal!



Trago hoje uma reflexão sobre a época a qual vivemos. Tempos de tanto consumismo e materialismo, onde as coisas mais importantes da vida tem perdido o seu verdadeiro valor.



Vitrines ou seres humanos?



Vivemos em uma época totalmente materialista e consumista. Basta darmos uma volta pelos shoppings e centros comerciais para comprovarmos esta realidade. Altos investimentos no intuito de excitar o consumo e o materialismo. São lojas cheias, pessoas que saem e entram na tentativa de satisfazerem seus desejos de consumo, sacolas e mais sacolas repletas, propagandas por todos os lados.


Somos estimulados todos os dias à comprar algo, à adquirir sempre o melhor, os lançamentos, obter sempre mais. O celular comprado há três meses, de repente perde a graça, pois existem outros lançados recentemente bem mais interessantes. As roupas compradas na estação passada já caíram da moda.
É o suficiente se transformando em insatisfação, o necessário se transformando em ambição.


As pessoas sendo valorizadas pelo que vestem, pelos bens que adquirem, pelos lugares que frequentam, pelas posições que ocupam na sociedade.
E aos poucos tudo isso tem se tornado natural, nós fazemos parte desta realidade materialista, pois querendo ou não, somos avaliados muitas vezes e em várias situações pelo que possuímos e não exatamente pelo que somos.


Nos tornamos vitrines ambulantes, admirados ou não pelo o que apresentamos.
Vitrines muitas vezes perfeitas exteriormente, porém repletas de problemas, temores, ansiedade e solidão.


Mas em meio a tanto materialismo, esses aspectos humanos e sentimentais se tornam insignificantes para uma sociedade que caminha apressadamente, entre os padrões de beleza e status estabelecidos.


É complexo analisar esta realidade consumista e tão materialista, afinal, somos compostos de sentimentos e emoções, carregamos dentro de nós necessidades as quais não são supridas simplesmente por bens materiais.


Precisamos viver a realidade de seres humanos, expondo nossos sentimentos, valores baseados no que de fato somos, e não somente no que possuímos. Precisamos amar mais, nos doar mais, desfrutar o presente com pessoas que amamos. A partir do momento que deixarmos de ser bem mais que simples vitrines, encontraremos de fato a felicidade e a verdadeira satisfação.



Simone Gobo Contelli




Super beijo!

Propósitos de Deus

Olá queridos!

Após oito meses de silêncio, estou de volta! Risos... Na verdade durante todo este tempo estive atravessando um período bem complicado de desânimo, frustrações e alguns questionamentos, o que confesso, roubaram toda a minha inspiração em escrever aqui no blog. Mas graças a Deus tudo passa! E esse período conturbado não só passou, como acrescentou experiências as quais fortaleceram e edificaram a minha fé.
Antes de mais nada gostaria de deixar bem claro que quando falo sobre alguns questionamentos em minha vida, me refiro a várias reflexões a respeito de situações vivenciadas no meu cotidiano, atitudes as quais analisava ser necessárias que eu as tomasse e coisas relacionadas a vida. Em momento algum estes questionamentos se referem a minha fé e aos meus princípios, os quais sempre testemunhei.
Aliás, é justamente esta fé em um Deus vivo e poderoso, que me renova as forças e a esperança em momentos difíceis. É essa fé que me levanta e me encoraja a prosseguir compartilhando as lutas e vitórias, os questionamentos e as respostas, as experiências que enriquece a alma. E é claro que todo este tempo acumulei muitas coisas para compartilhar com vocês no desejo de testemunhar a grandeza do Senhor e edificar a fé de cada um que por aqui passar.

Propósitos de Deus

Tudo começou em junho do ano passado, quando após oito meses desempregada comecei a trabalhar em uma farmácia. Fiquei feliz pela porta aberta, até testemunhei aqui no blog, porém desde o início acreditei ser um propósito de Deus, pois era algo inédito em minha vida, nunca trabalhei em um comercio ou sequer imaginei trabalhar. um horário ótimo, próximo a minha casa.
Desde o primeiro dia me senti muito triste, um peixe fora da água, mas acreditei ser natural por se tratar de não saber ao certo o que fazer e ainda não conhecer ninguém. Com o passar dos dias fui percebendo que havia sido contratada somente para cumprir a lei de cotas, lei esta que exige a contratação de pessoas portadores de deficiência. Por várias vezes pedi um treinamento, desejando aprender coisas novas, as quais me auxiliariam no contato com clientes, afinal, é impossível atender um cliente sem conhecimento do produto seja ele qual for.
Resumindo: Durante um ano não recebi nenhum treinamento, a função a qual fui contratada para desenvolver nunca aconteceu, o que me causou uma frustração muito grande como profissional. A única coisa que eu fazia era limpar as prateleiras, tirando o pó. Era como se eu só soubesse e pudesse fazer isso. Além de ouvir comentários de pessoas que zombavam de mim, achando que eu estava recebendo pra não fazer nada.
Toda essa situação foi contribuindo para que eu me sentisse uma pessoa incapaz, inútil e muitas vezes até pensei que realmente eu não possuía inteligência suficiente para estar ali.
Mentira de satanás! Ele age em nossas mentes nos fazendo acreditar que somos inferiores, que não podemos, que merecemos sempre o pouco e nunca o melhor. Foi assim que ao longo desses meses ele trabalhou em minha mente, nunca me senti alguém tão triste, tão desanimada e frustrada. Porém, mesmo em meio a tanta angustia e tristeza, eu permaneci em oração, buscando em Deus forças e esperança para atravessar esse período, pois acreditava ser permissão de Deus. E de fato era, pois se não fosse, eu jamais teria vivido essa situação.
Da mesma maneira que Deus permitiu que Jó enfrentasse e sofresse tudo o que ele sofreu para o exaltar na terra, Deus permite também muitas situações em nossas vidas para nos exaltar, para honrar a nossa fé e a nossa confiança Nele. Deus permite muitas coisas para nos aproximar de sua presença, para que aprendamos a depender somente Dele.
Ah! E como me aproximei Dele durante esse tempo! Buscava ao Senhor, pedindo que Ele me mostrasse qual era o propósito de tudo isso, clamei por uma nova porta de emprego, fiz tantas entrevistas que até perdi a conta! Chorei muito no silêncio a procura de uma resposta, em meio a um deserto. Foram muitas as vezes que acordei totalmente desanimada e sem forças para ir trabalhar.
Confesso que até agora ainda não compreendi todos os propósitos de Deus com essa experiência, porém alguns consigo enxergar com clareza agora, como por exemplo, o meu desejo de fazer uma faculdade. Sempre tive o sonho de estudar psicologia, mas nunca tentei prestar um vestibular, e em meio a esses sentimentos de inferioridade e insatisfação fui despertada a dar a volta por cima, a mudar a situação de incapaz por alguém que procura se capacitar. Em outubro pprestei o vestibular e passei, comecei então nesse ano de 2013 meu curso de psicologia! Foi algo que me animou nessa fase tão difícil, me dediquei muito e para honra e glória do Senhor, já conncluí o primeiro semestre com ótimas notas.
Vejo que através de tantos sonhos perdidos Deus despertou muitos deles, me fez entender muitas coisas e tenho certeza que ainda me revelará com o tempo muitos dos seus propósitos os quais ainda me são ocultos.
E o melhor de tudo é que quando chegamos no nosso limite, quando as nossas forças se acabam e só esperamos um escape milagroso, Deus nos socorre! Ele chega com o escape e transforma toda a situação!
 Eu havia decidido que ia pedir demissão mesmo sem ter outro emprego em vista, pois não conseguia mais ir para a farmácia, e meus gerentes já haviam dito que não poderiam me mandar embora. Então uma empresa a qual eu havia feito uma entrevista já a vários meses me chamou! Começo a trabalhar no próximo mês de recepcionista, que é o que eu sempre gostei. Resposta das muitas orações! E quando Deus faz, Ele nos surpreende! Eu pensava que ao sair da farmácia jamais encontraria um horário bom como era o meu, e me surpreendi ao ver que o salário será o dobro do que eu recebia e terei o mesmo horário maravilhoso! Um horário o qual permitirá que eu me dedique aos meus estudos.
Não sei como será meu futuro nessa empresa, de uma coisa sei, meu coração está cheio de alegria por ser algo que eu estava desejando muito. E independente do que aconteça, sei também que em tudo Deus tem propósitos e viverei cada um deles.

Hoje consigo enxergar um novo amanhecer de Deus para minha vida, um amanhecer com novos sonhos e novos planos. A escuridão daquela longa noite se foi e deu lugar ao brilho do sol que agora ilumina o jardim do meu coração. Jardim esse que atravessou um doloroso inverno, mas sobreviveu em meio aos ventos impetuosos, produzindo assim flores mais belas e mais perfumadas.

Se você ainda está atravessando uma noite longa ou um inverno que parece não ter fim, quero encorajar você a ter fé, a permanecer em oração, buscando a Deus, clamando por um escape, por uma solução. Pois somente Ele tem poder de transformar essa noite em um lindo amanhecer, cheio de luz e cores.
Ainda que você não esteja conseguindo enxergar ou compreender os propósitos de Deus em meio a tantas dificuldades, não desista! No tempo exato Ele se revelará com as respostas certas as quais lhe mostrarão que Ele sempre esteve no controle do seu barco. Mesmo nos dias de tempestades, Deus nunca nos abandona, Ele nos vê em todas as situações e nos ensina em todas as circunstâncias.

Deus é maravilhoso!

Que Deus abençoe a cada um e revele todos os seus perfeitos propósitos!

Super beijo!